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Sobre a Arte de Inserir

inserir

Arte, do latim “ars”, do grego “tékne”. Para Aristóteles “poiésis” : criação, saber fazer.

Inserir, do latim “inserere” : introduzir, penetrar.

Acupuntura, do latim “acus” : agulha e “punctura” :puncionar, inserir um instrumento pontudo de metal para furar.

Como arte taoista busca constância nas quatro virtudes: Princípio, Abertura, Harmonia e Retidão. Desenvolver a habilidade e o discernimento de enxergar além, de desenvolver a abrangência para transcender o julgamento e alcançar a objetividade e a harmonia com o Universo para obter a capacidade de optar pelo mais correto a cada momento e circunstância.

Mas para ser Arte deve-se ir além da técnica. Como o Arqueiro, que não deve focar no alvo, mas sim se “tornar um” com o arco e soltar a flecha para além do alvo. A técnica sem intuição, sem sensibilidade, sem muito praticar, não se transforma em Arte.

Acupuntura é um termo criado por Soulié de Morant ao escrever seu livro sobre a técnica, Zheng Jiu em chinês. A Arte de Inserir como toda arte taoista vem da prática para ir além da técnica, e não consiste simplesmente em perfurar a pele com uma agulha mas principalmente em “chamar o Qi”, o Sopro Vital que nos move, em determinados pontos do corpo.

No Huang Di Nei Jing Su Wen, ou o Livro de Medicina Interna do Imperador Amarelo, no capitulo 54 intitulado A Arte da Acupuntura: “Quando inserir a agulha deve-se estar preparado e ser cuidadoso, senão estará frente a um profundo abismo. Mova cuidadosamente e não cairá. Ao manusear a agulha segure-a como segurasse um tigre – firmemente agarrado e sob controle. Deve-se estar com a mente calma para observar o paciente. Ao inserir seja acurado e preciso. Não seja inconsequente ou irá falhar. Quando a agulha entrar no corpo, observe o paciente cuidadosamente. Assim fará o Qi mover mais facilmente, e o resultado será mais efetivo.”

Marta Hentzy