Em Portugal, até hoje, chama-se coletivamente de “fogos” às construções para uso residêncial.
Sem dúvida, a história da habitação está intimamente relacionada ao ato de manter um fogo aceso, seja para proteção (do frio e de animais ameaçadores), seja para cozinhar o alimento: o lugar da fogueira denunciava o espaço de moradia original (e temporária) dos nômades primitivos, por mais impermanente que fosse, e era à volta do fogo que o grupo se reunia, se alimentava, confraternizava e praticava seus rituais.
Desde essa época o fogo manteve importância fundamental dentro do espaço de moradia, embora agora se apresente mais através da utilização de fogões, lareiras, churrasqueiras, aquecedores, etc.
Segundo o Feng Shui Tradicional a presença destes produtores de calor tem influência significativa sobre a experiência de vida do grupo de moradores de determinado imóvel e em determinado momento, ou seja, é um importante catalizador das tendências energéticas ali presentes, já que o calor produzido influencia tanto os aspectos da saúde e da relação interpessoal do grupo, como a projeção social e a capacidade do grupo de atrair energia financeira. E pode, ainda, fortalecer eventual propensão para acontecimentos inesperados e repentinos de natureza prejudicial. Por esta razão, o estudo da localização (onde está instalado) e da posição (direção eletromagnética terrestre) destes utensílios dentro do imóvel é de extrema importância, em especial o fogão, por conta da sua frequente utilização.
Independente das recomendações relacionadas aos aspectos de localização e direção do fogão (que precisam ser calculados) e somando-se a eles, é recomendável que o mesmo permaneça fora de rotas de corrente de ar e tenha um anteparo sólido pela parte de trás e, caso recomendável, pelos lados, para reforçar sua estabilidade e reduzir riscos de acidentes. Este anteparo pode ser uma parede, ou apenas uma mureta, desde que sua altura esteja acima do topo das panelas utilizadas para cozinhar.
Maria João Bastos