Algumas anotações recolhidas sobre Tempo, Espaço, Conhecimento e Unicidade

“(…) O mundo em que vivemos hoje necessita de um visão mais abrangente que revele nossa verdadeira relação com tempo, espaço e conhecimento, porque parece que o tempo, o espaço e o conhecimento estão se voltando contra nós. O tempo parece passar rápido demais: quando tentamos ajustar nossas vidas ao seu ritmo, achamos difícil ‘encontrar a hora certa’, ‘estar na hora’ e ‘fazer as coisas a tempo’. Estamos sempre ‘ficando sem tempo’: simplesmente não ‘temos tempo’ para fazer tudo que precisamos ou queremos fazer.

O espaço está cada vez mais lotado com a abundância de objetos que a tecnologia moderna criou e isto, por sua vez, é refletido na paisagem interna lotada dos nossos pensamentos e desejos. Enquanto o conhecimento continua a subdividir-se, especializar e proliferar, parece que nós estamos nos movendo em direção a menos certeza em vez de mais certeza. A luz do conhecimento, à medida que ela é projetada do passado para o futuro, de certa forma vai ficando mais fraca, e agora não tem mais poder para iluminar um caminho claro de ação. Nós não vemos mais para onde a seta do futuro está apontada; não sabemos a direção do destino humano.

Quando o tempo é curto, o espaço limitado e o conhecimento incerto, para onde podemos nos voltar? (…)

Um novo tipo de questionamento convidaria uma nova apreciação da existência comum através da investigação da experiência a partir da perspectiva do próprio tempo, do próprio espaço e do próprio conhecimento. Em vez de olhar para os objetos, poderíamos notar o espaço onde eles aparecem. Em vez de aceitar os padrões e as posições do eu, poderíamos olhar a dinâmica temporal do eu em interação com o seu mundo. Esta mudança de foco da atenção começa a mudar nosso interesse pelo conteúdo do que é conhecido diretamente para o próprio conhecimento.

Quando trocamos nossa atenção ao que é apresentado na experiência para a forma em que isto é apresentado, novos aspectos de tempo, espaço e conhecimento são revelados. (…) Novas formas de conhecer emergem, convidando-nos a ir além das estruturas de pensamento e dos padrões de desejo, e a descobrir um corpo de conhecimento muito mais abundante. Corporificado no ser, tal conhecimento se manifesta espontaneamente, sem o esforço característico do pensamento nem a distorção que vem com a vontade, e sem ter que ser preparado com antecedência. Ele possibilita a ação livre de obscurecimento, não limitada pelos julgamentos e pressuposições sobre a forma como as coisas são. (…)

A visão de Tempo-Espaço-Conhecimento é de transmutação. Ela carrega dentro de si a energia específica inerente à transmutação. (…)

Tarthang Tulku, in Conhecimento de Tempo e Espaço, Ed.Dharma

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“O sagrado é um estado de espírito no qual tudo é uno. Quando reconhecemos algo como sagrado sentimos a unicidade – o todo de que é parte”.

Foto e texto (tradução livre) de Llewellyn Vaughan-Leein, in Sustentabilidade, Ecologia Profunda, & Sagrado

http://spiritualecology.org/article/sustainability-deep-ecology-sacred

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(…) passe dez anos observando os bambus, transforme-se em um bambu; então, esqueça tudo e pinte. (…)

Eugen Herrigel, in Zen in the Art of Archery

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Anule o Sagrado, jogue for a a limitação do conceito do Sagrado, porque somente assim conseguirá tornar cada instante, cada gesto da sua vida mais próximos do Sagrado.”

Wu Jyh Cherng, in Dao em sua essência, Ed. Mauad X

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