Quando decidimos criar um blog sobre as artes taoístas ficou claro para nós que o Qi Gong não poderia ficar de fora.
A intenção era divulgar mais essa arte, mostrar um pouco da sua importância. E desde então mostramos algumas práticas no blog, apesar de existirem ainda milhares de outras, para que nossos leitores pudessem se identificar com alguma delas.
Falar de energia causa um pouco de confusão, até porque o que circula nos meridianos não é bem “energia” tal com concebemos no Ocidente, e o Qi Gong propicia a circulação e o fluxo consciente e saudável desse algo potente a que chamamos Qi.
E se primeiro tinhamos que didaticamente mostrar algo para exemplificar, agora chegou o momento de desconstruir algumas idéias.
Um conceito equivocado é de que o Qi Gong é uma mera e mecânica ginástica, ele é muito mais. O ocidental tem geralmente uma necessidade muito grande do mental e de racionalizar toda nova informação, e essa condição numa prática taoista vai barrar o fluxo de Qi.
Se a cada movimento pararmos para entender, racionalizar, criticar, ver se está certo ou errado pronto, saimos da intenção de mover-se segundo o fluxo da natureza.
Na realidade é mover-se de acordo com a SUA natureza, e não de mais ninguém.
Se desprender da forma pois se não você ficará tenso e rigido e acabará confuso e interrompendo o fluxo.
Sabe o surfista pegando onda? Assim.
Mas para isso é preciso praticar. Trabalhe o movimento até descobri-lo no próprio corpo, e um belo dia estará praticando, o “seu” jeito de praticar aquele com que mais se identifica, e dai leva-lo para a sua vida.
Não é instantâneo, e essa é a graça.
Um dia vai estar mais yang, outro mais yin, expandindo e recolhendo como o próprio Universo.
Um dia vai estar mais travado, outro livre como um passarinho. Aprenda com isso.
Está com dificuldade na respiração? Como anda seu Metal? Seus músculos estão cansando facilmente? Como anda cuidando da sua Terra? E por ai vai…
Termino com uma frase de Al Huang no seu livro Expansão e Recolhimento.
” Não existem inícios e não existem fins. O universo é um processo e o processo está em mim. Quando eu o obstruo ou ignoro, encontro-me em dificuldades. Quando fluo com ele, algo ocorre.”
Marta Hentzy